Em Portugal está muito vulgarizada a Conta Ordenado como a principal forma de relacionamento bancário. É frequente um português ter mais do que uma conta à ordem, mas aquela que mais movimenta é, tipicamente a conta ordenado.
O que é a Conta Ordenado?
As tipologias de contas bancárias são, regra geral, de dois tipos: contas à ordem ou contas a prazo. As contas à ordem são aquelas que estão sempre disponíveis para nossa movimentação (estão sempre à nossa “ordem”!), enquanto que as contas a prazo só estão disponíveis para movimentação, findo um determinado prazo.
No universo de contas à ordem é possível ter acesso a um descoberto autorizado, isto é, ter acesso a um valor superior ao que temos realmente disponível. Para conseguir ter este dinheiro adicional, muitos portugueses subscrevem um tipo de conta à ordem que é a Conta Ordenado.
A conta ordenado permite ter disponível dinheiro mesmo sem o termo efetivamente na conta. Isto é, permite-nos ter crédito até um determinado limite (plafond). Este limite é geralmente igual ao valor do ordenado, ou pensão, que tem de estar domiciliado nessa conta. Por exemplo, se receber o meu salário (ou pensão) de 800€ nessa conta, poderei utilizar a descoberto até 800€. Lembre-se que estamos a falar de poder chegar a um saldo bancário de MENOS 800€!
A Conta Ordenado tem juros?
A conta ordenado tem juros e não costumam ser baixos. Se for a verificar a oferta do mercado irá perceber que é usual ter TAN’s de Contas Ordenado superiores às TAN’s dos Créditos Pessoais:
- Banco Popular – 14,45%
- BPI – 10,00%
- Montepio – 13,00%
- Bankinter – 11,50%
- Millennium – 13,20%
- Novo Banco – 14,20%
- CGD – 14,00%
(Dados Novembro 2017)
O crédito não é bom nem mau
O facto de se recorrer ao crédito não tem qualquer valor moral em si. Isto é, a mesma oferta de crédito pode ser boa para uma situação e má para outra situação. O que faz depender se o recurso ao crédito é bom ou mau é a circunstância em que a pessoa se encontra e a finalidade que a faz recorrer ao crédito.
Se somos daquelas pessoas que já sabemos que vamos precisar de nos financiarmos por um valor baixo e se pensamos que o recurso ao descoberto da conta ordenado é a melhor solução, então é melhor começarmos a fazer contas para perceber se essa “facilidade” de descoberto não vai acabar por se revelar uma dificuldade de pagamento!
O crédito pessoal tem taxas mais baixas
Na generalidade dos casos, um crédito pessoal tem taxas de juro mais baixas que aquelas que enumerei na análise das Contas Ordenado, pelo que o recurso ao crédito pessoal pode ser mais económico do que a utilização do descoberto autorizado. Esta diferença de taxas de juro sempre existiu no mercado, mas recentemente surgiu um produto que procura responder precisamente a este tipo de necessidades, com taxas de juro significativamente mais atrativas.
Existe por exemplo um crédito de montantes até €5.000 que permite uma taxa (TAN) próxima dos 10% e uma TAEG (a taxa que inclui todos os custos do crédito) muito próxima também de 13% (porque este crédito não tem comissões). Isto já não é verdade para as contas ordenado.
As contas ordenado podem facilitar a sua vida mas nunca se esqueça que a facilidade tem sempre associados custos que temos de conhecer, avaliar e comparar com outras ofertas. A diferença pode representar uma poupança muito expressiva que depois poderá aplicar em produtos que lhe rendem juros…

